14 de abril de 2014

RESENHA: Belleville

Editora: Novas Páginas
Autor(a): Felipe Colbert
Número de Páginas: 304

Sinopse: Se pudesse, Lucius aterrissaria em 1964 para ajudar Anabelle a realizar o grande sonho do seu falecido pai! De quebra, ajudaria a moça a enfrentar alguns problemas muito difíceis, entre eles resistir à violência do seu tio Lino. Claro que conhecer de perto os lindos olhos verdes que ele viu no retrato não seria nenhum sacrifício... Sem conseguir explicar o que está acontecendo, Lucius inicia uma intensa troca de correspondência com a antiga moradora da casa para onde se mudou. Uma relação que começa com desconfiança, passa pelo carinho e evolui para uma irresistível paixão – e para um pedido de socorro...


Olá gente lindaaa! Hoje venho conta para você o que eu achei da aposta nacional da Novo Conceito para o mês de abril. Quando recebi a caixa dos sonhos lançamentos, tive muita dificuldade em decidir por qual livro começar a leitura, mas no final das contas acabei optando pelo livro do autor nacional Felipe Colbert, Belleville.

Lucius é um jovem que acaba de entrar para a universidade e, de mudança para Campos do Jordão, onde cursará cinco anos de Matemática, ele se depara com um casarão antigo (seu novo lar), praticamente caindo aos pedaços. A casa parece gemer a cada passo, mas o valor pago pelo aluguel é super compensador.
O acaba lhe chamando a atenção, é uma estrutura de madeira, ou pelo menos parte de uma, no terreno atrás da casa. O que seria aquilo? Alguns dias após de estabelecer na casa, Lucius resolve aproveitar um pouco mais os ambientes da casa, como a biblioteca, por exemplo, que abriga uma diversas prateleiras recheadas de livros. Entre eles, Lucius acaba encontrando uma velha fotografia, ainda em branco-e-preto. A fotografia não tem nenhuma anotação, nenhum nome, nenhuma data. De repente ele gostaria de saber o nome da garota, cuja beleza foi eternizada naquele pedaço de papel.
"O preto-e-branco da fotografia revelava os traços singelos de uma moça, num vestido claro, ajoelhada na terra. No rosto sereno e delicado, ela sustentava um sorriso triste. Nas mãos, segurava uma espécie de caixa. De repente me peguei estudando a foto, como se a garota fosse me dizer alguma coisa." (página 21)
Curioso em relação a caixa que a garota da foto parece ter enterrado, Lucius logo dá um jeito de descobrir sob que pilar de madeira, dentre os vários que há no terreno atrás da casa, a caixa está enterrada. Dentro da caixa, como Lucius vem a descobrir, há uma carta de Anabelle, com certeza a garota da foto. A carta, datada de 1964 e endereçada a qualquer desconhecido, conta um pouco de sua vida e do sonho de seu pai: construir uma montanha-russa no terreno. Belleville.
Como Lucius não tem dinheiro suficiente para atender o pedido de uma desconhecida, que já deve estar morta, ou no mínimo com 70 anos, ele resolve deixar uma carta ao próximo morador. Colocando sua carta junto a primeira dentro da caixa, ele enterra novamente e tenta colocar uma pedra no assunto. 
Porém, dias depois, Lucius resolve desenterrar a caixa e retirar sua carta. De todo modo, é pouco improvável que alguém a encontre. Para sua surpresa, porém, sua carta sumiu e, em seu lugar há uma carta, escrita em um papel antigo. Endereçada a ele. Isso mesmo, uma carta escrita em 1964 endereçada a ele. No início parece não passar de uma brincadeira de mal gosto de alguém que o anda observando, porém, após uma constante troca de cartas, ele acaba se convencendo que, de algum modo surreal, ele está se correspondendo com uma jovem de 18 anos, que vivem no ano de 1964. Nem preciso dizer que o fator 'carta' jé me ganhou, né?! Vocês sabem que eu amo cartasss (ainda que fictícias e não endereçadas à mim...).
"Daqui para a frente, convenci-me de que transitaria entre a realidade e o cenário de um sonho constante, porém menos espesso e absorvente do que o absurdo. Sendo assim, não bastava acreditar em Anabelle: era necessário descobrir o que eu podia fazer por ela." (página 149)
Gostei da dinâmica do livro, que intercala o ponto de vista de Anabelle e Lucius, ambos em primeira pessoa. Porém, apesar de a relação entre eles ir se desenvolvendo em um rítmo razoavelmente convincente, achei a obsessão entrega de Lucius meio fora do normal (não que tenha algo de normal em se comunicar com alguém de cinquenta anos atrás, mas...) e achei algumas atitudes dele bem irresponsáveis. Não sei se alguém poderia se apaixonar PLATONICAMENTE a tal ponto de cogitar jogar tudo para o alto.
Gostei bastante do Lucius, mas me encantei e me emocionei, em diversos momentos com Anabelle, sua solidão e seu gato Tião. Gostei do final e, apesar de ser previsível, consegue causar aquele gelinho na boca do estômago de ansiedade.
"Não sei como serão os próximos cinquenta anos que terei que enfrentar sem você. Espero que um dia voltemos a nos encontrar, seja nesta realidade ou em outra. E, se acontecer, que os deuses sejam generosos e permita que eu a toque." (página 233)
*** 
Não posso deixar de parabenizar a Editora Novo Conceito por estar abrindo cada vez mais espaço para os autores nacionais. Até agora, relembrando os que eu li, posso dizer que a nova literatura brasileira não deve nada aos best sellers importados.
Ahhh, o curioso é que assim que terminei de ler o livro, comecei a assistir um dorama e adivinhem: tem viagem no tempo envolvida também, mas o invés de cartas quem viaja no tempo é o mocinho e, ao invés de 50 anos, o período de tempo que o separa da mocinha é de 300 anos! Estou A-M-A-N-D-O! Logo, logo falo dele para vocês.
Voltando ao livro... foi uma leitura bastante agradável apesar de algumas atitudes extremas e pouco convincentes de Lucius. Recomendo!

Classificação:

***
Espero que gostem!!

Beijos e amassos!!


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