22 de abril de 2014

RESENHA: Orgulho e Preconceito

Editora: Martin Claret
Autor(a): Jane Austen
Número de Páginas: 472

Sinopse: A obra literária de Jane Austen deu ao romance inglês o primeiro impulso para a modernidade, ao tratar do cotidiano de pessoas comuns. De aguda percepção psicológica, seu estilo destila sempre uma ironia sutil, dissimulada pela leveza da narrativa. "Orgulho e Preconceito" (1797) é a obra mais conhecida da autora. Jane Austen mostrou como o amor entre os protagonistas era capaz de superar barreiras de orgulho e preconceito, a diferença social entre eles e o escasso poder de decisão concedido à mulher na sociedade da época. A crítica veio a considerá-la a primeira romancista moderna da literatura inglesa.
Na Inglaterra do final do século XVIII, as possibilidades de ascensão social eram limitadas para uma mulher sem dote. Elizabeth Bennet, de vinte anos, uma das cinco filhas de um espirituoso, mas imprudente senhor, no entanto, é um novo tipo de heroína, que não precisará de estereótipos femininos para conquistar o nobre Fitzwilliam Darcy e defender suas posições com perfeita lucidez de uma filósofa liberal da província. Lizzy é uma espécie de Cinderela esclarecida, iluminista, protofeminista. Neste livro, Jane Austen faz também uma crítica à futilidade das mulheres na voz dessa admirável heroína — recompensada, ao final, com uma felicidade que não lhe parecia possível na classe em que nasceu.

Olá gente lindaaaa!!
Acabo de reler "Orgulho e Preconceito" e foi como na primeira vez, me diverti com as tiradas ácidas do sr. Bennet, com língua afiada de Elizabeth e me apaixonei (de novo) pelo contido e mal interpretado sr. Darcy. <3 Estou pronta para assistir ao filmes pela 75758696060ª vez. ^^

Como é típico de Austen, ou melhor, como era típico da época em que seus livros foram escritos, a história gira em tordo do casamento, da necessidade do casamento. A sra. Bennet é um ótimo exemplo de mãe desesperada por ter em casa cinco filhas solteiras, uma delas com idade já bem avançada (20 anos). Assim, com a chegada do jovem solteiro e cobiçado sr. Bingley na redondeza, ela (e todas as mães de moças solteiras da região) ficam loucas para fisgar o rapaz. 
Acompanhado de seu melhor amigo, sr. Darcy, os dois solteiros são a sensação do momento. O sr. Darcy é ainda mais desejado que o amigo, afinal, é muito mais bonito e rido. Entretanto, logo no primeiro baile oferecido pelo novo morado de Hertfordshere, o orgulho e arrogância de Darcy são conhecidos. Além de não fazer questão de se misturar com nenhum dos presentes e não dançar com nenhuma jovem, o rapaz desdenha de Elizabeth ( e é ouvido por ela sem saber). 
"A inteligência de Bingley não era de modo algum deficiente, mas a de Darcy era superior. Era ao mesmo tempo arrogante, reservado e exigente, e os seus modos, embora educados, não eram convidativos. Sob esse aspecto, seu amigo levava ampla vantagem. Bingley tinha a certeza de agradar onde quer que aparecesse, e Darcy era sempre desagradável." (página 26)
A antipatia de Elizabeth por Darcy é quase imediata e o fato de o rapaz menosprezá-la e parecer tão incomodado diante dela e de sua família vulgar não ajuda muito. Enquanto sua irmã Jane e o sr. Bingley parecem encantados um com o outro, a cada vez que se encontram Elizabeth e Darcy esbanjam hostilidade. Ele, na verdade, esbanja indiferença e ela, ofendida (embora não admita), não perde a chance de usar sua língua afiada para deixá-lo constrangido.
"Tendo esperado humilha-lo, Elizabeth ficou pasma com a galanteria, mas havia um misto de doçura e de malícia nos gestos dela que lhe dificultava humilhar quem quer que fosse; e Darcy jamais fora tão atraído por uma mulher quanto por ela. Realmente acreditou que se não fosse a inferioridade da família dela, estaria em apuros." (página 69)
Como já citei no início dessa resenha, o sr. e a sr. Bennet possuem cinco filhas moças, portanto nenhum herdeiro. Como nesse período a organização familiar era dominada morgadio, assim sendo, o herdeiro direto de um homem de posses (fossem quais fossem) era o primeiro parente homem mais próximo. Como o casal não concebeu nenhum herdeiro, a propriedade da família seria entregue ao sobrinho do sr. Bennet, o peculiar sr. Collins.
Em uma visita nada desejada, o tal sr. Collins passa alguns dias com a família Bennet, impondo às primas sua desagradável presença. Sua intenção é conseguir, dentre elas, uma esposa que agrade sua bem feitora lady Catherine De Bourgh. A vítima escolhida é Elizabeth, que não hesita em recusar sua tão confiante proposta de casamento. Para desgosto da sra. Bennet, a única filha que em algum momento teve a oportunidade de conseguir um bom casamento (afinal, casando-se com o sr. Collins, ela herdaria a propriedade da família) declina da proposta. Mais desgostosa ainda ficaria a mãe, se viesse a saber que, pouco tempo depois, outra proposta seria recusada.
"- Tentei lutar, mas em vão. Não consigo mais. Não posso reprimir meus sentimentos. Você tem de me permitir dizer com quanto ardor eu admiro e amo você." (página 240)
Qual não foi a surpresa de Elizabeth ao receber uma proposta do sr. Darcy! E qual não foi a surpresa do cavalheiro ao receber dela uma recusa veemente! Tão orgulhoso de si, ele nem cogitou a hipótese de não ter a proposta aceita, afinal ele estava passando por cima de seus próprios princípios ao propor casamento a uma moça de família tão inferior. Ela, por sua vez, notando que ele tinha sua aceitação como certa, conseguir dar maior ênfase em sua recusa.
Entretanto, com cada um seguindo seu próprio caminho após a discussão calorosa que seguiu a proposta fracassada, Elisabeth foi descobrindo coisas a respeito de Darcy que acabaram por desconstruir a imagem deformada que ela formara dele. Ela começou a sentir que poderia amá-lo, mas já não era possível almejar que ele a tivesse em alta conta após suas duras palavras.
***
Ahhhh sr. Darcy! <3
Confesso que no início, é fácil entender a antipatia de Elizabeth em relação ao sr. Darcy, mas, por outro lado, pode-se dizer que a entendemos porque conhecemos apenas o seu ponto de vista. Embora o livro seja narrado em terceira pessoa, conhecemos basicamente a perspectiva de Lizzy sobre tudo, o que culmina em certo julgamento em relação ao sr. Darcy.
É tão fofo vê-lo (ou lê-lo) tão desconcertado na presença de Elizabeth! *-*
Me divirto horrores com os diálogos pomposos do sr. Collins! Ele é tão sem noção que não podemos fazer outra coisa a não ser rir dele.
Eu super recomendo esse livro para quem quer viajar pela Inglaterra do século XIX, mergulhar em meio a muitas fofocas... muitos encontros e desencontros e um romance sutil, nada meloso, mas lindo.
P.S.: a primeira impressão nem sempre deve ser a que mais vale! ;)

Classificação:

***
Espero que gostem!!

Beijos e amassos!!


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